A crescente presença da inteligência artificial no setor financeiro tem acendido alertas entre trabalhadores e sindicatos em todo o país. Em São Paulo, o Sindicato dos Bancários vem liderando uma mobilização constante para que os impactos da inteligência artificial no setor bancário sejam tratados com seriedade e transparência. Na última rodada de negociação com a Fenaban, o comando sindical reafirmou a necessidade de criar uma mesa permanente de diálogo, onde sejam discutidos todos os desdobramentos da adoção de novas tecnologias nas instituições financeiras.
A pauta apresentada pelo Sindicato dos Bancários sobre os impactos da inteligência artificial no setor bancário destaca os riscos de substituição de postos de trabalho e o esvaziamento do atendimento presencial nas agências. A presidenta Neiva Ribeiro argumentou que, mesmo com o avanço das operações digitais, as agências continuam movimentando bilhões e sendo essenciais para a população, especialmente os mais vulneráveis. O sindicato dos bancários alerta que a inteligência artificial no setor bancário não pode ser usada como pretexto para demissões em massa nem para precarizar as relações de trabalho.
O sindicato dos bancários também enfatiza que a inteligência artificial no setor bancário exige uma transição justa, com qualificação dos trabalhadores e garantia de direitos. Dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que um a cada quatro empregos sofrerá algum impacto com o avanço da IA generativa. Mulheres, em especial, são mais suscetíveis a essa transformação, e por isso o sindicato cobra ações específicas para capacitar e proteger esse grupo. O impacto da inteligência artificial no setor bancário, segundo os dirigentes sindicais, precisa ser acompanhado de políticas sociais e educacionais eficazes.
Entre as propostas apresentadas à Fenaban, o sindicato dos bancários exige que toda implementação de inteligência artificial no setor bancário seja comunicada e discutida previamente com as entidades representativas. A criação de uma mesa de negociação específica por banco, a garantia de que os novos postos de trabalho não sejam terceirizados ou pejotizados, e a manutenção dos direitos conquistados são pontos inegociáveis. O sindicato dos bancários propõe, ainda, a criação de um Observatório de Transformação Digital para monitorar e avaliar os efeitos da IA nos bancos.
Outra reivindicação importante feita pelo sindicato dos bancários é a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, como forma de repartir os ganhos de produtividade gerados pela inteligência artificial no setor bancário. Essa medida, além de beneficiar os trabalhadores, também pode ajudar na geração de novos empregos. A inteligência artificial no setor bancário deve servir à sociedade como um todo e não apenas ao lucro das instituições, defendem os representantes dos bancários.
O sindicato dos bancários também tem se destacado no incentivo à inclusão das mulheres nas áreas de tecnologia. Graças à pressão sindical, foram criadas bolsas de estudo exclusivas para formação de mulheres em tecnologia da informação, um setor historicamente dominado por homens. Programas como Programaria e Laboratória já estão formando centenas de alunas, a maioria mulheres negras, mães, pessoas LGBTQIA+ e residentes de periferias. O sindicato dos bancários acredita que a inteligência artificial no setor bancário só será justa se também combater as desigualdades estruturais do mercado de trabalho.
O posicionamento firme do sindicato dos bancários frente à inteligência artificial no setor bancário mostra o papel ativo da classe trabalhadora na construção de um futuro digital com responsabilidade social. Além da atuação nas mesas de negociação, o sindicato participa das discussões legislativas sobre o marco regulatório da IA, em tramitação no Senado. Os bancários, por meio de suas lideranças, querem garantir que as leis do país contemplem os direitos dos trabalhadores e que a inteligência artificial no setor bancário seja usada com ética, respeito e equilíbrio.
Ao final da reunião, a Fenaban acatou a proposta de manter uma mesa permanente de negociação sobre o uso da inteligência artificial no setor bancário e solicitou ao sindicato um calendário de encontros futuros. Para os bancários, o diálogo é uma conquista importante, mas o verdadeiro desafio está apenas começando. A inteligência artificial no setor bancário é uma realidade irreversível, e cabe ao movimento sindical garantir que essa transformação tecnológica não se torne sinônimo de exclusão e exploração. O futuro do trabalho está sendo moldado agora, e o sindicato dos bancários quer estar à frente dessa luta.
Autor: Varderleyy Otter