Fotografia gastronômica em viagens é a arte de registrar sabores com olhos de designer, unindo técnica e narrativa para que cada prato conte uma história. Para Kelsem Ricardo Rios Lima, a imagem precisa traduzir textura, temperatura e contexto cultural, evitando improvisos e excesso de filtros. Ao planejar luz, composição e cores, você cria registros que valorizam a experiência culinária sem perder autenticidade.
Assim, a câmera deixa de ser mero registro e passa a ser um instrumento de curadoria: você seleciona ângulos, destaca detalhes e guia o olhar do público para o que realmente importa. Veja mais a seguir:
Fotografia gastronômica em viagens: Preparo e composição que valorizam o prato
A base da fotografia gastronômica em viagens começa antes do clique, com preparo e observação atenta do ambiente. Escolha mesas próximas a janelas ou áreas externas que ofereçam luz natural suave, avalie a direção da iluminação e evite sombras duras sobre a comida. Em restaurantes, limpe discretamente a área, alinhe talheres, reposicione guardanapos e remova itens visuais que não agregam. Em seguida, defina o protagonista do quadro: o prato principal.
A composição ganha força quando existe hierarquia visual e intenção clara. Prefira ângulos que ressaltem a identidade de cada receita: 45° para pratos altos, top-down para mesas compartilhadas e close lateral para destacar camadas ou recheios. Trabalhe linhas-guia com talheres e guardanapos, criando um caminho natural para o olhar. De acordo com Kelsem Ricardo Rios Lima, fotografar primeiro a versão intacta e depois a “mordida” ou garfada cria narrativa de começo, meio e fim, convidando o observador a participar.
Luz, cor e controle de brilho na cena
A luz é a alma da fotografia gastronômica em viagens, e o controle adequado evita reflexos e tons artificiais. Aproveite o início da manhã e o fim da tarde para tons quentes e sombras longas; ao meio-dia, suavize com difusores improvisados, como guardanapos brancos. Em ambientes internos, posicione-se lateralmente à janela para obter volume e textura, evitando luz de teto amarelada que “aplana” a comida. Se a cena estiver muito contrastada, use o papel do menu como rebatedor para preencher sombras.

As cores contam histórias sobre origem, frescor e tempero. Configure o balanço de branco para manter brancos neutros e verdes vivos, evitando tons alaranjados indesejados. Trabalhe paletas que reforcem o conceito da receita: madeiras e cerâmicas terrosas para comida rústica; superfícies limpas e neutras para cozinha contemporânea. Evite saturação excessiva: realce a cor da comida, não da toalha. Como aponta Kelsem Ricardo Rios Lima indica, um gesto simples pode encontrar reflexos elegantes no brilho do molho.
Narrativa, ética do registro e edição responsável
Histórias fortes nascem de sequências coesas que combinam ambiente, processo e degustação. Comece com uma foto ampla do local, aproxime-se do preparo, destaque o empratamento e encerre com a interação humana. Essa progressão cria sentimento de presença e valoriza a cultura culinária visitada. Ao escrever legendas, informe o nome do prato, o ingrediente-chave e a inspiração do chef, agregando contexto. Prefira séries curtas e consistentes às galerias intermináveis.
A ética sustenta a credibilidade das imagens e a qualidade da experiência no local. Peça permissão antes de fotografar cozinheiros, exponha o mínimo de distração possível e evite bloquear passagens ou atrapalhar o serviço. Não manipule alimentos de forma a enganar o público; registre o que é servido. Assim como destaca Kelsem Ricardo Rios Lima, a pós-produção deve corrigir, não reinventar: ao respeitar a integridade do prato e do contexto, você constrói confiança com o espectador e honra a cultura que o acolhe.
Fotografia gastronômica em viagens que inspira e preserva memórias
Em suma, a fotografia gastronômica em viagens é mais do que “fotos bonitas”; é um exercício de respeito à cozinha local, domínio de luz e consciência estética. Ao planejar composição, escolher ângulos coerentes e editar com moderação, você traduz o sabor em imagem e oferece ao público uma experiência sincera. Como frisa Kelsem Ricardo Rios Lima, imagens honestas e tecnicamente sólidas atravessam o tempo e criam desejo sem vender ilusões.
Autor: Varderleyy Otter
