A mobilização sindical em torno da carreira de Ciência e Tecnologia ganha cada vez mais corpo no Brasil. Recentemente, sindicatos de diversos setores decidiram unir esforços para pressionar pela aprovação do PL 3.102/2022, que visa enquadrar servidores de órgãos federais na carreira de C&T. Para essas entidades, não é apenas uma questão de reorganização estrutural, mas de valorização profissional, reconhecimento da expertise e justiça para servidores que contribuem para o desenvolvimento científico do país.
Para muitos sindicatos, a aprovação dessa carreira representa uma vitória concreta contra a desvalorização histórica de profissionais que atuam em pesquisa, inovação, tecnologia e educação técnica. A união entre os sindicatos reforça a mensagem para o Parlamento: eles não aceitam mais que essas funções sejam tratadas como secundárias. A articulação sindical serve para mostrar que há uma base forte e unida entre servidores técnicos, pesquisadores, administradores e demais profissionais que atuam na base do sistema federal.
Além disso, a mobilização acontece com estratégia: reuniões, viagens a Brasília, marchas, uso das redes sociais e campanhas de pressão sobre parlamentares são parte do esforço. Os sindicatos estão cientes de que a simples tramitação legislativa não garante vitória, e por isso se mobilizam para manter visibilidade e apoio público constante. Esse engajamento intenso demonstra a maturidade do movimento sindical na defesa de carreiras ligadas à ciência e tecnologia.
Outro ponto essencial para os sindicalistas é a ideia de que a carreira de C&T deve trazer estabilidade, escala salarial justa e reconhecimento das competências específicas exigidas para cargos técnicos ou de pesquisa. Para muitos servidores, a promessa dessa reforma legislativa é uma possibilidade real de construir trajetórias profissionais mais valorizadas e alinhadas com sua formação e com as necessidades estratégicas do país.
No plano institucional, o PL já tem avançado em comissões importantes, e os sindicatos destacam que esse avanço não veio por acaso: é resultado de anos de debate, mobilização e articulação política. Ainda há etapas a percorrer, inclusive no Senado, mas os dirigentes sindicais estão otimistas. Eles enxergam a aprovação não apenas como um ganho para seus representados, mas como uma importante mudança no modo como o Estado valoriza a ciência.
Paralelamente, há preocupação com a comunicação dessa pauta. O sindicato entende que é necessário explicar para a sociedade a relevância de servidores científicos e tecnológicos, mostrando que a valorização deles impacta diretamente no desenvolvimento nacional, na inovação, na saúde e na educação técnica. Se a população entender a importância dessa carreira, a pressão sobre os parlamentares tende a aumentar, fortalecendo a mobilização.
Além disso, os sindicalistas defendem que a carreira de Ciência e Tecnologia pode contribuir para tornar o serviço público mais eficiente e mais atraente para jovens talentos. Eles afirmam que a regulamentação adequada pode evitar a fuga de cérebros para o setor privado ou para carreiras sem impacto social. Esse argumento é usado para sensibilizar não apenas os parlamentares, mas também a sociedade civil, que se beneficia quando o Estado investe em pesquisa e inovação.
No fim das contas, a luta sindical pela carreira de Ciência e Tecnologia é muito mais do que reivindicação salarial: é uma aposta no futuro. Os trabalhadores organizados acreditam que, ao conquistar a aprovação dessa carreira, estarão não apenas defendendo seus direitos, mas contribuindo para a construção de um país mais justo, inovador e preparado para os desafios tecnológicos do século XXI. A força coletiva que eles demonstram pode ser o diferencial para transformar essa proposta legislativa em realidade.
Autor: Varderleyy Otter
