O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) manifestou seu apoio às pesquisadoras e pesquisadores da Argentina diante dos cortes severos no financiamento da ciência pública promovidos pelo governo de Javier Milei. Essa mobilização do ANDES-SN destaca a importância da ciência para o desenvolvimento social e econômico e reforça a necessidade de investimento público consistente para garantir avanços científicos. O sindicato ressaltou que os cortes afetam diretamente o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), órgão essencial para a pesquisa no país vizinho.
A crise na ciência argentina é evidenciada pelo recente relatório da Chefia de Gabinete do governo, que aponta uma redução drástica dos recursos destinados ao setor. O orçamento caiu de 0,302% do Produto Interno Bruto em 2023 para apenas 0,157% em 2025, número que demonstra o descaso do governo com a área científica. Essa redução compromete programas fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento e para a formação de novos pesquisadores, o que preocupa a comunidade acadêmica internacional.
Além do corte de verbas, o ANDES-SN denunciou a paralisação da contratação de novos pesquisadores aprovados em concursos do Conicet e o congelamento das bolsas de formação científica. Essas medidas representam uma ameaça à continuidade dos projetos de pesquisa e à capacidade do país de inovar e competir no cenário global. A falta de investimento também impacta as universidades públicas, que desempenham papel crucial na integração entre ensino, pesquisa e sociedade.
O sindicato destacou que o desmonte da ciência pública integra um projeto maior de enfraquecimento do Estado e da educação, alinhado à agenda ultraliberal do governo Milei. Essa política pode acarretar prejuízos estruturais para o ambiente acadêmico e científico, comprometendo a soberania científica do país e a capacidade de atender às necessidades da população. A posição do ANDES-SN reforça a luta contra essas medidas e a defesa de uma política pública que valorize o conhecimento.
Reforçando essa posição, o ANDES-SN afirmou que não existe soberania científica sem investimento público comprometido com as demandas sociais. O apoio às pesquisadoras e pesquisadores argentinos é também um sinal de solidariedade internacional que busca fortalecer a ciência na América Latina diante de ameaças comuns. O sindicato convoca toda a comunidade acadêmica e a sociedade civil a se mobilizarem contra os cortes e o desmonte do sistema científico.
As consequências desses cortes vão além da Argentina, afetando a cooperação científica regional e internacional. Países vizinhos, como o Brasil, também enfrentam desafios semelhantes, o que torna ainda mais importante a união das instituições e movimentos sindicais para defender a ciência e a educação. O ANDES-SN, como representante dos docentes do ensino superior brasileiro, desempenha papel ativo nesse cenário, buscando garantir políticas públicas que valorizem a pesquisa.
Esse apoio do Sindicato Nacional dos Docentes à ciência argentina reforça a importância da atuação sindical em defesa da ciência e da educação. A mobilização contra os cortes e o desmonte do sistema científico evidencia a necessidade de diálogo com governos e a pressão popular para garantir recursos e condições adequadas para pesquisadores e docentes. Somente com investimentos robustos será possível enfrentar os desafios científicos e tecnológicos do futuro.
Por fim, o ANDES-SN reafirma seu compromisso com a defesa da ciência pública, da educação superior e dos direitos dos trabalhadores do setor acadêmico. O apoio às pesquisadoras e pesquisadores do Conicet é uma expressão dessa luta coletiva pela valorização da pesquisa como ferramenta fundamental para o desenvolvimento social e econômico. A união da comunidade científica e dos sindicatos é essencial para construir um futuro mais justo e inovador.
Autor: Varderleyy Otter