As políticas territoriais vêm ganhando destaque como ferramentas eficazes para promover o desenvolvimento equilibrado e enfrentar disparidades regionais. Para Ricardo Chimirri Candia, ex-prefeito de Corumbá, a adoção de estratégias públicas com base no ordenamento do território permite não apenas distribuir melhor os investimentos, mas também valorizar as potencialidades locais e criar oportunidades reais de crescimento.
Políticas territoriais públicas devem considerar as especificidades culturais, sociais, econômicas e ambientais de cada região. Isso exige um planejamento participativo e multissetorial, que envolva desde gestores locais até comunidades tradicionais, empreendedores e universidades. Veja mais sobre esse tópico na leitura abaixo:
Redução das desigualdades por meio de políticas territoriais de maneira integrada
Uma das principais funções das políticas territoriais é mitigar desigualdades históricas entre regiões. Áreas rurais, periféricas e menos desenvolvidas tendem a receber menos investimentos em infraestrutura, saúde, educação e inovação. Com um planejamento territorial eficiente, o poder público pode priorizar essas localidades, direcionando recursos para obras estruturantes, programas sociais e capacitação da mão de obra local. Essa atuação equilibrada contribui para a coesão social e para o desenvolvimento mais justo.

Essas ações não apenas corrigem desequilíbrios, mas também geram empregos e fortalecem a autoestima da população. Segundo Ricardo Chimirri Candia, essa abordagem evita a centralização do crescimento nas grandes metrópoles e promove uma redistribuição mais justa das oportunidades. A descentralização administrativa e o estímulo à governança regional são fundamentais para que as políticas tenham capilaridade e se adaptem aos contextos locais.
Estímulo às economias locais com base nas vocações regionais
Cada território possui vocações específicas que podem ser exploradas de forma sustentável. Agricultura familiar, turismo de base comunitária, artesanato, energias renováveis e economia criativa são exemplos de setores que, quando apoiados por políticas territoriais adequadas, tornam-se motores de desenvolvimento. A identificação dessas potencialidades deve ser acompanhada por investimentos em infraestrutura, crédito, assistência técnica e acesso a mercados.
Nesse sentido, como frisa Ricardo Chimirri Candia, valorizar a produção local é uma estratégia inteligente tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. O fortalecimento das cadeias curtas de produção e consumo reduz a dependência de grandes centros e dinamiza as economias regionais. Além disso, promove a resiliência frente a crises externas e valoriza saberes tradicionais, gerando inclusão e diversidade na base produtiva. Essa abordagem fortalece os vínculos comunitários e estimula soluções sustentáveis enraizadas na realidade de cada território.
Inovação institucional e cooperação intermunicipal como caminhos para o desenvolvimento
A efetividade das políticas territoriais depende da capacidade institucional dos entes locais e da articulação entre diferentes níveis de governo. Muitas vezes, municípios pequenos enfrentam limitações técnicas e financeiras que comprometem a execução de políticas públicas. Nesse cenário, a criação de consórcios intermunicipais, agências regionais de desenvolvimento e fóruns de participação cidadã são alternativas viáveis para ampliar a escala das ações e compartilhar soluções.
Além disso, conforme apresenta Ricardo Chimirri Candia, a inovação na gestão pública, com uso de tecnologias digitais e instrumentos de planejamento geoespacial, pode otimizar a análise territorial e a tomada de decisões. A elaboração de planos diretores regionais, zoneamentos ecológico-econômicos e indicadores territoriais de desempenho fortalece a capacidade do Estado de agir com precisão e foco nos resultados. A gestão do território, assim, passa a ser orientada por dados, diálogo e visão de longo prazo.
Em suma, explorar as novas fronteiras do crescimento exige muito mais do que investimentos pontuais. Como aponta Ricardo Chimirri Candia, é preciso adotar políticas territoriais articuladas, inteligentes e sensíveis às realidades locais. Ao promover a redução das desigualdades, estimular economias regionais e fortalecer a cooperação entre municípios, o Estado cria condições estruturais para um desenvolvimento mais justo e sustentável.
Autor: Varderleyy Otter