O apoio do ANDES-SN às pesquisadoras e aos pesquisadores da Argentina surge em um momento crítico para a ciência pública do país vizinho. A situação ganhou destaque após a divulgação do Relatório nº 142 da Chefia de Gabinete do governo Milei, que confirma o descumprimento deliberado da Lei 27.614, comprometendo o financiamento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Esse ataque à ciência pública revela uma clara intenção de desmantelar estruturas estatais que sustentam a soberania científica e a autonomia acadêmica. O ANDES-SN destaca a gravidade da situação, reforçando a necessidade de solidariedade internacional diante dessa ofensiva.
O corte de recursos destinados à ciência pública na Argentina, reduzidos de 0,302% para 0,157% do PIB em apenas dois anos, representa um verdadeiro ataque ao conhecimento e ao futuro do país. Essa redução orçamentária compromete diretamente o funcionamento de instituições fundamentais como o Conicet, órgão central para a pesquisa científica argentina. Além da diminuição de recursos, houve a suspensão de contratações de pesquisadoras e pesquisadores, o congelamento de bolsas e a interrupção de programas estratégicos, fragilizando toda a estrutura da ciência pública.
A ciência pública na Argentina, historicamente reconhecida por sua qualidade e contribuição internacional, encontra-se ameaçada por um projeto que nega a importância do investimento estatal. O governo Milei implementa uma agenda ultraliberal que busca reduzir ao mínimo a presença do Estado, afetando diretamente setores vitais como a educação e a pesquisa. O ANDES-SN denuncia que esse modelo não apenas atinge a produção científica, mas também desmonta a relação entre universidades, sociedade e desenvolvimento.
O ataque à ciência pública é parte de um movimento ideológico mais amplo, que pretende desconstruir o papel do Estado como garantidor de direitos. O congelamento de verbas, a paralisação de projetos e o abandono dos pesquisadores são sintomas de uma política voltada para a privatização do conhecimento e o favorecimento de interesses econômicos restritos. O ANDES-SN chama atenção para o fato de que o enfraquecimento da ciência pública ameaça não apenas o presente, mas compromete gerações futuras.
Ao manifestar solidariedade aos profissionais argentinos, o ANDES-SN reafirma sua posição histórica em defesa da ciência pública, do financiamento estatal e da autonomia universitária. A entidade alerta que a destruição da ciência pública não se limita à Argentina, mas reflete uma onda conservadora que também avança sobre os sistemas de ensino e pesquisa no Brasil e em outros países da América Latina. A união dos sindicatos e das comunidades acadêmicas é essencial para barrar esse retrocesso.
O Conicet, principal autarquia científica da Argentina, simboliza a resistência da ciência pública frente aos ataques neoliberais. A destruição de sua estrutura compromete a soberania nacional e a produção de conhecimento independente. O ANDES-SN lembra que soberania científica exige investimento, valorização dos profissionais e compromisso com a pesquisa voltada ao interesse público. O enfraquecimento da ciência pública é, portanto, um atentado contra a democracia e a justiça social.
O desmonte da ciência pública na Argentina também representa uma ameaça direta às universidades públicas, que dependem da articulação com os centros de pesquisa para cumprir seu papel formativo e social. O ANDES-SN alerta que sem investimento em ciência pública, não há como manter a qualidade do ensino superior nem desenvolver soluções para os desafios nacionais. A defesa da ciência pública é, portanto, uma luta estratégica para a preservação da educação pública, gratuita e de qualidade.
Diante desse cenário alarmante, o ANDES-SN convoca sindicatos, entidades acadêmicas e a sociedade civil a se mobilizarem em defesa da ciência pública. A solidariedade internacional deve se transformar em ação concreta, pressionando os governos a cumprirem seu dever com a educação e a pesquisa. O ataque à ciência pública na Argentina é um alerta para toda a região, e sua superação exige organização, resistência e compromisso coletivo com a soberania do conhecimento.
Autor: Varderleyy Otter