O especialista Rodrigo Balassiano expõe que a popularidade dos ativos digitais evidenciou a necessidade de soluções seguras para a sua custódia, que se refere ao armazenamento e à gestão desses ativos, garantindo que permaneçam protegidos contra fraudes, hackers e perdas acidentais. Mas o avanço desse setor também apresenta desafios, especialmente no campo regulatório. Governos e órgãos internacionais estão correndo para criar regras claras que protejam investidores e assegurem a integridade do mercado financeiro global.
Por que a custódia de ativos digitais é importante?
Os ativos digitais operam em sistemas descentralizados, o que significa que os usuários têm total responsabilidade por suas chaves privadas. Perder essas chaves pode resultar na perda irreversível dos ativos. Além disso, ataques cibernéticos são uma ameaça constante, com hackers buscando explorar vulnerabilidades em plataformas de custódia. Por isso, empresas especializadas em custódia oferecem soluções robustas, como armazenamento frio (offline) e segurança biométrica, para mitigar riscos.
Rodrigo Balassiano destaca que, além da segurança tecnológica, a custódia confiável também desempenha um papel crucial na adoção institucional de ativos digitais. Grandes investidores, como fundos de pensão e bancos, exigem garantias de que seus ativos estarão protegidos contra falhas humanas ou técnicas. Isso impulsiona a demanda por provedores de custódia regulamentados, capazes de oferecer transparência e conformidade com padrões financeiros tradicionais.
Quais são os principais desafios regulatórios?
A falta de um quadro regulatório claro é um dos maiores obstáculos enfrentados pelo setor de ativos digitais. Diferentes países adotam abordagens variadas, desde proibições totais até regulamentações detalhadas. Essa fragmentação cria incertezas para empresas que operam globalmente, pois precisam se adaptar a exigências legais distintas. Ademais, a velocidade das inovações tecnológicas frequentemente supera a capacidade dos reguladores de acompanhar as mudanças.
Outro desafio está relacionado à prevenção de atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. Rodrigo Balassiano explica que, embora as blockchains sejam transparentes por natureza, a anonimidade relativa de algumas transações dificulta o monitoramento eficaz. Para lidar com isso, muitos governos estão implementando normas de Conheça Seu Cliente (KYC) e Combate à Lavagem de Dinheiro (AML) específicas para provedores de custódia de ativos digitais.

Como as empresas podem navegar nesse cenário complexo?
Para prosperar em meio às incertezas regulatórias, as empresas de custódia devem priorizar a conformidade e a transparência. Isso inclui obter licenças em jurisdições relevantes e colaborar ativamente com reguladores para moldar políticas mais eficazes. Ao mesmo tempo, investir em tecnologia de ponta e práticas de segurança rigorosas ajuda a construir confiança entre os clientes e a comunidade financeira em geral.
Além disso, Rodrigo Balassiano ressalta que parcerias estratégicas podem ser uma solução viável. Colaborar com instituições financeiras tradicionais permite que empresas de custódia acessem expertise regulatória e infraestrutura consolidada. Da mesma forma, unir forças com startups inovadoras pode ajudar a criar soluções mais ágeis e adaptáveis. Esse equilíbrio entre tradição e inovação será essencial para o sucesso no longo prazo.
O futuro da custódia de ativos digitais
O futuro da custódia de ativos digitais depende diretamente da evolução do cenário regulatório. À medida que governos e órgãos internacionais desenvolvem frameworks mais claros, espera-se que o setor ganhe maior maturidade e credibilidade. Isso abrirá caminho para uma adoção ainda mais ampla de ativos digitais, tanto por investidores individuais quanto por instituições financeiras.
No entanto, Rodrigo Balassiano expõe que o progresso dependerá de um esforço conjunto entre reguladores, empresas e usuários. Enquanto os primeiros trabalham para criar regras justas e eficientes, as empresas precisam continuar inovando e garantindo altos padrões de segurança. Juntos, esses atores podem transformar os desafios atuais em oportunidades, pavimentando o caminho para um ecossistema digital seguro e inclusivo.
Autor: Varderleyy Otter